
O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, que durou aqui três séculos (de 1550 até 1888). O #MomentoTH desta semana fala sobre a importância de existir uma data para a Consciência Negra, já que, desde a abolição em maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel, a desigualdade racial continuou existindo na sociedade.
Hoje, a população negra no Brasil passa de 54%, de acordo com dados do IBGE. E ainda assim, eles constituem a maior taxa de desempregados (64,2%), de pessoas assassinadas (75,5%), de pessoas em situação de extrema pobreza (8,8% contra 3,6% dos brancos). Ocupam menos de 5% das cadeiras nos Conselhos de Administração das 500 empresas de maior faturamento no Brasil, são menos de 16% de magistrados (deputados e vereadores), mulheres brancas recebem 70% a mais que mulheres negras, o rendimento médio per capita de pretos e pardos era de R$ 934 em 2018. As estatísticas são infinitas e mostram que, ainda hoje, o processo de escravidão e a pós-escravatura refletem na vida dessa grande maioria da população brasileira.
No dia 20 de novembro se celebra o Dia da Consciência Negra, data dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1965, um dos maiores líderes negros que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista.
Por isso, faz-se importante não apenas destacar a importância da data, mas também levantar pontos de discussão e aprendizado sobre esse processo que perdura na estrutura da nossa sociedade. Quando os indivíduos, as instituições expressam racismo, eles expressam algo que está enraizado na estrutura social que foi construída desde aquele tempo em 1550.
“Tanto o 'ser branco' quanto o 'ser negro' são construções sociais, assim como o privilégio faz de alguém branco, são as desvantagens sociais e as circunstâncias histórico-culturais, e não somente a cor da pele ou o formato do rosto, que fazem de alguém negro.” Racismo Estrutural – Silvio Almeida.